sábado, 31 de outubro de 2009

Macrolane: para um peito revolucionário


Macrolane é a palavra que anda na boca das mulheres de todo o mundo – um tratamento revolucionário que permite remodelar determinadas zonas do corpo, nomeadamente o peito, sem recorrer a uma intervenção cirúrgica. O resultado são seios mais volumosos, firmes, levantados e sexy… xx
O que é?
A Q-Med, laboratório responsável pelo desenvolvimento do tratamento revolucionário Restylane (preenchimento de rugas faciais) voltaram a surpreender com o lançamento do inovador Macrolane – um tratamento que utiliza um gel de ácido hialurónico, de origem não animal, que é injectado na zona corporal a remodelar para corrigir a sua definição natural. O ácido hialurónico atua a dois níveis: retém água no organismo e facilita tanto a lubrificação como o preenchimento da pele. Baseado na tecnologia NASHA (uma patente da empresa), este é um gel biologicamente biodegradável que é seguro aplicar e manter no corpo, o que diminui substancialmente a ocorrência de infecções ou complicações.
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Onde pode ser aplicado?
A sua técnica de preenchimento natural e revolucionária é indicada na remodelação de várias zonas do corpo: peito, decote, nádegas, pernas, peitorais, concavidades e outras irregularidades da pele. Para além de redesenhar a zona a tratar, restaura o seu volume natural. No caso do peito feminino, os seios ficam visivelmente realçados e esteticamente preenchidos, sendo perfeito para remodelar um peito descaído e/ou flácido. Em termos de resultado final, o Macrolane permite o aumento do soutien em um ou dois números.

Como é aplicado?
Aconselha-se que se submeta a este tratamento exclusivamente com médicos especialistas que tenham recebido formação específica em Macrolane por parte da Q-Med. Na consulta prévia à sua administração, o médico irá recomendar não só as quantidades a injetar, mas também qual dos dois tipos de gel é mais adequado ao seu caso específico – existe o Macrolane VRF 20 e Macrolane VRF 30, sendo este último mais espesso. No dia do tratamento, será administrada uma anestesia local e as quantidades pré-determinadas serão injetadas em ambos os seios – todo o processo demorará entre 30 e 90 minutos (dependendo do volume de gel utilizado e da zona do corpo a tratar).xxxxxx

Recuperação e duração
Os resultados do tratamento Macrolane são imediatos (veja imagens de casos antes e depois) e o período de recuperação completo normalmente não ultrapassa os 15 dias. Na primeira semana poderá sentir alguma dor, desconforto, inchaço, vermelhidão, hematomas ou até pruridos, mas estes efeitos secundários são passageiros. Durante o período de recuperação, deve ainda evitar: atividades físicas intensas, exercer pressão na zona tratada, a exposição da zona a temperaturas muito frias ou quentes. Uma vez que o gel Macrolane é gradualmente absorvido pelo organismo, o seu efeito tem uma duração que vai dos 12 aos 18 meses, podendo o tratamento ser repetido nessa altura se assim o desejar
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Vantagens e desvantagens
• É um processo rápido, seguro e pouco invasivo; não requer hospitalização.
• Bastante versátil, para além dos seios, pode ser aplicada em várias outras zonas do corpo.
• O Macrolane é também indicado para eliminar irregularidades na superfície da pele, caso das cicatrizes cirúrgicas ou concavidades resultantes de uma lipoaspiração, por exemplo.
• Enquanto gel biologicamente biodegradável, o Macrolane reduz as hipóteses de infecções.
• Não deixa qualquer cicatriz (ao contrário da mamoplastia de aumento).
• Não requer anestesia geral (ao contrário da mamoplastia de aumento).
• Período de recuperação curto.
• O resultado final é instantâneo e bastante natural.
• O Macrolane permite retoques futuros e disponibiliza tratamentos complementares.
• A aplicação deste gel não prejudica o tecido mamário, a amamentação ou a realização/leitura de mamografias.
• Tem um preço elevado, quando consideramos que o tratamento não é permanente.
• O período de recuperação pode ser marcado por dor, desconforto, inchaço, vermelhidão, hematomas ou pruridos; pode necessitar de permanecer alguns dias em casa.

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Quanto custa e onde fazer?
O tratamento Macrolane aplicado aos seios tem um custo aproximado, para o efeito de 100 ML de silicone são necessários 50 ML do gel. Preço? R$ 15 Mil.

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No Brasil : Obtenha informações sobre as clínicas mais próximas da sua cidade em http://www.cirurgiaplastica.com.br/

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

A Beleza e seus infelizes


Ao ocupar o lugar dos valores morais e éticos, a busca da perfeição corporal é confundida com felicidade e realização, gerando grandes frustrações. Quem lucra com essa inversão das prioridades humanas é a milionária indústria da beleza.


Toda mulher pode ser bonita. Bastam 15 minutos diários e 5 dólares ao ano em creme facial. "Helena Rubinstein fez esta afirmação em 1902, ao lançar na Austrália seu Crème Valaze, produto que inaugurou o primeiro e um dos maiores impérios do setor de beleza, consolidado a partir de 1915, quando a empresária mudou-se para Nova York, onde viveu milionária numa cobertura decorada com obras de Dalí, Matisse e Picasso.


Já vai um século desde que Rubinstein fez essa propaganda enganosa. Desde então, a milionária indústria alimentada pelo sonho da beleza só fez crescer. É um negócio que movimenta bilhões de dólares por ano em todo o planeta. A receita dessa indústria no Brasil, contando apenas produtos de higiene, cosméticos e perfumaria, foi de 7,5 bilhões de reais no ano passado, quase 14% mais que os 6 ,6 bilhões de reais de 1999.


Desde o começo dos anos 90, circulou 73% mais dinheiro nesse setor no Brasil. Apenas a Avon, líder mundial em venda direta de cosméticos, teve aqui faturamento de 1,9 bilhão de reais em 2000. Com sede em Nova York e dezoito fábricas em quinze países, a empresa tem faturamento líquido de 5,7 bilhões de dólares ao ano.


No campo das intervenções cirúrgicas com fins estéticos o Brasil só perdeu, em 1999, para os EUA. Em 1994 foram 5 mil cirurgias plásticas em jovens entre 15 e 25 anos. Em 1999, subiram para 30 mil. Crescimento vertiginoso de 600%. No ano passado, foram mais de 400 mil cirurgias plásticas, a ponto de os que lucram com as ilusões alheias aguardarem a aprovação do Banco Central para consórcios desse tipo de cirurgia.


Na área de suplementos alimentares (que a maioria consome mais com preocupações estéticas que de saúde) os números também são altos. Esse mercado tem receita anual de 17 bilhões de dólares nos EUA e de 1,5 bilhão de reais no Brasil.


Relações entre peso e beleza também revelam a dimensão da histeria estética. Vinte anos atrás uma top model pesava 8% menos que a média das mulheres. Hoje a diferença saltou para 25%. Em estudo recente, a pesquisadora americana Patricia Owen concluiu que quase metade das mulheres da Playboy e um terço das 500 modelos pesquisadas em sites de agências estavam dentro dos critérios internacionais de desnutrição e de peso perigosamente reduzido.


A obsessão pela aparência é hoje uma das principais causas de estresse e ansiedade, tornando infelizes e deprimidas pessoas saudáveis que não atingem o padrão de beleza que a sociedade exige. Beleza inalcançável, já que especialistas afirmam que parcela mínima da população mundial (entre 5% e 8%) tem estrutura física para tanto.


A historiadora Mary Del Priore resume o desatino dessa cultura narcisista. "Com a tirania da perfeição física, todos querem participar da sinfonia do corpo magnífico, quase atualizando a intolerante estética nazista. Numa sociedade de consumo, a estética surge como motor do bom desenvolvimento da existência, e a feiúra é vivida como um drama."


E um drama de resultados sinistros. Segundo a Organização Mundial da Saúde, a bulimia e a anorexia são as principais causas de morte de mulheres jovens (entre 11 e 20 anos) em todo o mundo. De cada dez casos, dois são fatais. São doenças próprias de um mundo devotado à superficialidade. O bulímico ingere grande quantidade de comida para depois provocar o vômito que o livrará da nutrição indesejável. O anoréxico é dominado por um medo intenso de engordar mesmo estando extremamente magro, e por isso se submete à fome contínua. Nos Estados Unidos, uma em cada 100 meninas é anoréxica. No Brasil, uma em cada 250.


Recentemente pesquisadores entrevistaram 548 meninas de 11 a 18 anos em Boston, EUA. Mais de dois terços admitiram ver modelos como Kate Moss e Claudia Schiffer como padrões de beleza. Apenas 29% estavam acima do peso, mas 66% queriam emagrecer. Metade declarou ler revistas de moda de duas a cinco vezes por mês, além de manifestar desejos estéticos irreais para as possibilidades de seus corpos.


A historiadora Joan Jacob Brumberg, em seu The Body Project - An Intimate History of American Girls, relatou as angústias e traumas das jovens americanas com a própria aparência desde 1830. "A diferença é que, no século passado, as garotas não organizavam suas vidas em torno de seus corpos. Hoje há uma substituição do bom comportamento pela boa aparência."


Brumberg corrobora a afirmação com dois trechos retirados de diários de adolescentes. Em 1892, uma menina prometia obrigar-se a "não falar sobre mim ou meus sentimentos, pensar antes de falar, trabalhar seriamente, ser contida em conversas e ações, não deixar meus pensamentos vagarem e me interessar mais pelos outros". Em 1982, as promessas de outra adolescente foram bem diferentes. "Perderei peso, comprarei novas lentes, terei um novo corte de cabelo e roupas novas."


Uma pesquisa sobre a revista Nova, realizada pela antropóloga Lara Deppe, ajuda a entender o crescimento vertiginoso da indústria da beleza. Mostra como se construiu socialmente a legitimação das preocupações com o corpo e a beleza. O que antes era futilidade, virou causa de vida e morte. "Na década de 70, médicos e cientistas mostravam nas páginas da revista a importância da beleza física para manter a saúde mental. O cuidado com a aparência foi cientificamente justificado, migrando do terreno da vaidade para o da necessidade física e mental".


Antes atributo da natureza, agora a beleza deve ser conquistada, e é necessário gastar muito para isso. Exemplo dessa mudança de mentalidade é a gaúcha Juliana Borges, que passou por dezenove cirurgias plásticas antes de tornar-se miss Brasil 2001.
A indústria da beleza vive e prospera num vácuo emocional e espiritual que o pensador norte-americano Cornel West chamou de "grande desesperança". É o culto ao invólucro tornando-se o próprio sentido da vida. Vencido o ideal de busca de equilíbrio entre corpo e mente, restou apenas o corpo, instaurando-se a corpolatria. Há estreita ligação entre busca da beleza e frustração sexual, tal como estudada por Wilhelm Reich, para quem nossa miséria sexual era o maior dos nossos males. Ser belo é ter acesso ao sexo que se deseja, é a mensagem subliminar mais comum nas propagandas.


O culto à beleza também incentiva sentimentos pedófilos. São inúmeras as meninas que vendem sua imagem para revistas e tevês, desfilando corpos virginais por passarelas do Brasil e do mundo. Exemplo é a catarinense Poliane Marcel, que recentemente debutou no São Paulo Fashion Week com 13 anos, idade mais apropriada para estar num banco escolar.


Segundo a cientista e psicóloga Nancy Etcoff, a busca da beleza não é uma construção cultural, tampouco uma invenção do mundo da moda, mas parte essencial da natureza humana, fato pelo qual todas as civilizações reverenciaram a beleza, perseguindo-a com mais ou menos ênfase. Isso é fato. A diferença é que a beleza nunca foi tão fundamental quanto hoje, e nunca uma indústria valeu-se de modo tão ostensivo do desejo profundo das pessoas em se identificar com o que há de mais belo segundo os padrões vigentes.


Na Idade Média, por exemplo, os níveis de exigência estética em relação à mulher eram bem baixos. Apenas com o Renascimento o ideal greco-romano de beleza voltou a vigorar e foi se construindo uma cultura em que a beleza tem lugar preponderante, para atingir o ápice em nossa atual sociedade de consumo. E nunca a beleza esteve tão inserida num contexto de luta darwinista pela sobrevivência como agora, em que ser belo é ter maiores chances de vitória na vida. Seja de que modo for e a qualquer preço.


Recentemente, a promotora de Justiça Luiza Nagib Eluf escreveu artigo apontando para o grande poder dos meios de comunicação globalizados de influenciar pessoas e gerar obsessões coletivas, como a de buscar uma beleza inatingível. "Com a neurose estética, a vida perde sentido. Os neuróticos agem como se a felicidade, o amor, a emoção, tudo dependesse exclusivamente do corpo e de sua adequação aos padrões de beleza impostos globalmente. Mas por mais que se cuide da aparência física, o ser humano reflete o que lhe vai no interior, e não há maquiagem que embeleze uma alma atormentada." A indústria da beleza sabe perfeitamente disso, mas jamais tocará no assunto ao fazer suas propagandas enganosas.
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